17 outubro, 2006

6 - Sistemas Políticos e Religiões


A sabedoria popular diz:

“Religião e política não se discute”

O que está implícito nesta afirmação é que não há racionalidade possível quando se procura debater idéias e crenças que estão plantadas nas profundezas do inconsciente das pessoas.
Os padres, pastores, rabinos, clérigos, etc. brandindo seus livros sagrados se dizem únicos intérpretes do que está escrito neles (que ninguém lê e se ler não entende) e que só através deles é possível chegar a Deus. Prometem o paraíso depois da morte àqueles que os seguem e obedecem, e algumas dádivas aqui mesmo na terra, a quem comparece com um dinheirinho. Para quem não crê, o inferno e a miséria.
Os políticos fazem mais ou menos o mesmo. O que muda são os livros e as recompensas. O paraíso para eles será aqui mesmo, na terra, para aqueles que os seguem e lhes dão suporte.
Os livros são os que falam das ideologias que eles defendem como fórmulas mágicas através das quais acabarão com a pobreza, as desigualdades e tudo que há de ruim neste mundo.
Todos sabem que eles mentem mas, não obstante, seguem como carneiros atrás desta ou aquela ladainha.
Uns controlam as mentes.
Outros escravizam as almas.
Nos países mais civilizados se estabeleceram limites muito nítidos nas áreas de influência de cada tribo de tal forma que a administração pública seja tão imune quanto possível à influência de uns e outros.
Afinal de contas não faz a menor diferença se quem recolhe o lixo é católico ou protestante, comunista ou capitalista.
Nesses países mais cultos e pragmáticos, religião e política seguem separadas.
Religião é opção de cada um e política não tem lá muita importância pois quem chega ao poder vai continuar a carregar o lixo e coisas do gênero com maior ou menor eficiência e aquele que não funcionar bem é trocado na próxima eleição.
A coisa complica quando política e religião se juntam e tomam conta do poder no que se poderia chamar de associação delituosa.
Infelizmente isto vem acontecendo de maneira alarmante na maior parte do mundo de hoje.
Busca-se apoio na religião para justificar atrocidades de toda natureza que se cometem a cada momento, sempre para manter no poder os grupos que, de uma forma ou de outra, conseguiram se apossar dele.
Os católicos brigam com os protestantes na Irlanda (parece que se acertaram, vamos ver por quanto tempo), os judeus com os muçulmanos em Israel e adjacências, os muçulmanos com os muçulmanos no Iraque, os judeus ortodoxos com não sei que outros, não sei aonde e por aí vai.
Tudo isso com o apoio explícito ou não dos políticos a eles associados.
Temos ainda o problema das etnias que seguem pelo mesmo caminho (esses juntam religião, raça e política como pretexto).
Há cem anos atrás isto não seria um grande problema porque cada bando tinha lá o seu canto e podia brigar a vontade sem ameaçar o resto do mundo.
Agora mudou, e todos sabem.
Um árabe furioso junta meia dúzia de malucos e explode as torres gêmeas. Um americano maluco resolve que o Sadam Hussein é feio e mata quatrocentas mil pessoas.
O que os dois malucos acima tem em comum? Ambos são fanáticos religiosos e se dizem instruídos por Deus.
Aonde isto vai parar eu não tenho a menor idéia mas que o resultado não vai ser bom não tenho a menor dúvida.
Em tempo: Agora temos um novo maluquinho que anda explodindo bombas atômicas e eliminou os intermediários. Deus é ele mesmo.
Não é o máximo?!?!